Plásticos acumulam-se em pradarias marinhas e sapais | - CCMAR -
 

Plásticos acumulam-se em pradarias marinhas e sapais

 

A problemática do plástico marinho  
O plástico tem vindo a acumular-se no meio ambiente e ecossistemas devido ao tempo que demora a degradar-se. Os microplásticos são os resíduos mais abundantes no ecossistema marinho e podem ter as mais variadas formas como fragmentos, esponjas, pellets e fibras. Apesar de existirem vários estudos sobre esta problemática, só recentemente é que se investigou e testou a capacidade dos habitats costeiros com vegetação marinha de acumularem plásticos, agindo como sumidouros deste material poluente.

 

A continuação da investigação de uma tese de mestrado 
Este estudo sobre a acumulação de macro e microplásticos nas pradarias de ervas marinhas e sapais faz parte de uma tese de mestrado realizada no CCMAR, entre 2018 e 2019, pelo aluno Lorenzo Cozzolino da Universidade do Algarve. A tese foi supervisionada pelas nossas investigadoras Katy Nicastro e Carmen B. de los Santos em colaboração com Gerardo Zardi, da Universidade de Rhodes. 

 

Macro e micro plásticos encontrados em quatros tipos de habits marinhos
Investigamos o papel dos habitats costeiros com vegetação marinha na acumulação de macro (≥5 mm) e microplásticos (<5 mm) na Ria Formosa. Foram estudados quatro tipos de habitats: os sapais intertidais (Sporobolus maritimus), as pradarias intertidais de ervas marinhas (Zostera noltei), as pradarias subtidais de ervas marinhas (C ymodocea nodosa e Zostera marina) e pradarias de macroalgas (Caulerpa prolifera). 
Os nossos resultados sugerem que estes habitats apresentam uma elevada variabilidade na acumulação de plástico e que a combinação da posição dos habitats no intertidal ou subtidal, as propriedades da canópia da vegetação e o tamanho dos plásticos pode explicar a capacidade destes habitats para acumular plástico. Por exemplo, os sapais podem ser mais eficientes em reter macroplásticos em vez de microplásticos, enquanto que as ervas marinhas subtidais acumulam um número reduzido de macroplásticos, mas um número elevado de microplásticos presos às suas folhas. 

 

Estudo alerta para a inclusão dos habitats de zonas costeiras na análise da acumulação de resíduos plásticos 
Demonstrámos com este estudo que se acumulam macro e microplásticos nos habitats de vegetação costeira como nas pradarias marinhas e sapais. Como são importantes zonas de reprodução e sustentam uma elevada biodiversidade, incluindo espécies protegidas e comerciais, deveriam ser habitats a incluir na análise da acumulação de resíduos plásticos e dos impactos nas zonas costeiras. 

 

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